Aprendendo com as diferenças
Quando as palavras ferem
Do "The Roanokes Times"
John Franklin Stephens, atleta das Olimpíadas Especiais, de 26 anos, que tem Síndrome de Down, escreve que curte a sua vida e seu trabalho e explica porque ele fica magoado como termo "retardado".
Stephens conta que passou vários dias contando a seu pai sobre o que ele queria falar, e que eles trabalharam sobre o assunto até que o artigo dissesse exatamente o que John queria dizer.
O que há de errado com a palavra "retardado"?
Só posso dizer o que isso significa para mim e para pessoas como eu quando ouvimos essa palavra. Ela significa que vocês estão nos excluindo de seu grupo. Que nós somos algo que não é igual a vocês e algo que nenhum de vocês jamais gostaria de ser. Que nós somos algo de fora do grupo que está "por dentro". Que somos alguém de um tipo diferente do seu.
Quero que saibam que me magoa ser deixado de fora – sozinho. Nada me assusta tanto como me sentir completamente só em um mundo que se move tão mais rapidamente que eu. Você não tem a intenção de me fazer sentir assim. Na verdade, como digo em algumas das minhas palestras, "Sempre dependi da bondade de estranhos", e isso funciona bem na maior parte do tempo.
Ainda assim, me magoa e me assusta quando sou a única pessoa com deficiência intelectual no ônibus e jovens começam a fazer piadas e referências a "retardado". Imagine-se, por favor, nesse ônibus e encha o ônibus com pessoas diferentes de você. Imagine que eles comecem a fazer piadas usando o termo que lhe descreve. Isso magoa e é assustador.
Finalmente, eu entendo a piada – a ironia – que somente pessoas "bobas" e "superficiais" estão usando um termo que significa "bobo" e "superficial". O problema é que só é engraçado se você pensa que um "retardado" é alguém "bobo" e "superficial". Eu não sou nenhuma nem outra coisa, mas toda vez que o termo é usado, a mensagem para os jovens é que tudo bem pensar que eu sou assim e tudo bem me manter fora do grupo. É por isso que usar a palavra "retardado" é um grande problema para pessoas como eu.
Fonte: Planeta Educação
Por Marta Gil Socióloga, atua como Consultora na Área da Informação e Comunicação sobre Deficiência; Diretora do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas. Contato: martaalmeidagil@gmail.com
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