A Felicidade não é brinquedo

felicidade

… É hora de refletirmos novamente sobre a felicidade. Para isso, dividamos todas as atividades em duas classes: as que são desejáveis  porque produzem coisas que apreciamos ou de que precisamos, e as que são desejáveis porque são boas em si, isto é, cuja finalida­de é a própria prática da atividade. A felicidade está no último caso. E preciso lembrar que a felicidade não é um estado nem uma capacidade interior, mas sim uma prática, e ela é concretiza­da à medida que os comportamentos do indivíduo e suas esco­lhas se harmonizam com os imperativos da ética, de acordo com a excelência moral.

Em outras palavras, a felicidade é um conjunto de atividades que são desejáveis em si mesmas, e não por causa dos resultados que podem produzir. Talvez, então, o entretenimento seja a felicidade, ou o caminho para ela?

Afinal, as atividades que nos divertem também são desejáveis por si mesmas, e não por algo que elas possam produzir. Não é difícil encontrar a resposta. Um impor­tante aspecto que o distingue da felicidade é o seu caráter passa­geiro, transitório, de algo que não integra a existência do indiví­duo de maneira duradoura.

Diversões se multiplicam, e todas passam. Além disso, o entretenimento, embora desejável, não produz nada de útil ou bom ao final; ele não busca, portanto, o aperfeiçoamento dos indivíduos, mas tão-somente produzir prazer.

Ainda que o entretenimento possa proporcionar muita alegria e sensações agradáveis, devemos ter claro que a felicidade é distinta dessas atividades. O entretenimento tem muito mais a ver com o conjunto geral de atividades que existem, e pode mesmo adquirir um caráter útil, se pensamos na necessidade de lazer que todos temos, depois das jornadas de trabalho, a fim de nos recuperarmos para novos dias de labuta, em busca de nossos objetivos.

Do Livro Os Dez Mandamentos da Ética. Gabriel Chalita. Ed Sem Fronteiras. Rio dde Janeiro, 2003, p. 213-214.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails